O penalty do Postiga. Até agora, para mim, o momento do Euro. Mítico.
terça-feira, junho 29, 2004
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"Mas em relação às obras em causa, escreve, "a autoria é atribuída a quem dirigia ou organizava a equipa criadora, e essa pessoa não foi [Taveira]".
Tomás Taveira não tem assim "o direito de ver reconhecido, com autonomia em relação aos restantes membros da equipa, a sua participação preponderante na concepção global e processo de criação".".
Acompanhei este processo, com alguma curiosidade, desde que se tornou público. Possivelmente por ser proveniente de uma profissão criativa onde, muíssimas vezes, o processo de trabalho, é colectivo, achei este caso, ainda mais, absurdo. O resto pode ser lido aqui.
"Mas em relação às obras em causa, escreve, "a autoria é atribuída a quem dirigia ou organizava a equipa criadora, e essa pessoa não foi [Taveira]".
Tomás Taveira não tem assim "o direito de ver reconhecido, com autonomia em relação aos restantes membros da equipa, a sua participação preponderante na concepção global e processo de criação".".
Acompanhei este processo, com alguma curiosidade, desde que se tornou público. Possivelmente por ser proveniente de uma profissão criativa onde, muíssimas vezes, o processo de trabalho, é colectivo, achei este caso, ainda mais, absurdo. O resto pode ser lido aqui.
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Mais música.
"Divine Hammer" The Breeders
"Pelo Engarrafamento" Otto
"Seven Nation Army" The White Stipes
"Home and Dry" Pet Shop Boys
"Intergalatic (Soul Wax mix) Beastie Boys
"Diesel Power" Prodigy
Mais música.
"Divine Hammer" The Breeders
"Pelo Engarrafamento" Otto
"Seven Nation Army" The White Stipes
"Home and Dry" Pet Shop Boys
"Intergalatic (Soul Wax mix) Beastie Boys
"Diesel Power" Prodigy
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Aquele penalty do Hélder Postiga. Aquele penalty, valeu duplamente, triplamente. Aquele penalty valeu o jogo. E valeu e vale também, pelos que ainda hoje, dizem que foi um risco… ai, ai, o risco. Nada disso. Uma pérola. Inesquecível.
Aquele penalty do Hélder Postiga. Aquele penalty, valeu duplamente, triplamente. Aquele penalty valeu o jogo. E valeu e vale também, pelos que ainda hoje, dizem que foi um risco… ai, ai, o risco. Nada disso. Uma pérola. Inesquecível.
domingo, junho 27, 2004
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"Aquella noche en el bar, pensando en sus cosas y en el desgraciado de Asor Rosa que le había ganado de mano, sin escuchar lo que le decía el amigo que lo acompañaba, Eco resolvió su problema. Ya no escribiría una autobiografía, escribiría la historia de un hombre que pierde la memoria y después la reconstruye. Mirando fijo al amigo que charlaba, Eco pensaba: "De ese modo ya no se trata de una autobiografía, tomo distancia, no me involucro, porque al protagonista le daré obviamente todos mis recuerdos, pero después no soy yo, es uno cualquiera, un don nadie, no ha escrito una línea en toda su vida, no se interesa en la política, tuvo un trauma en la niñez que yo nunca tuve, tuvo un amor en el secundario pero eso nos ha pasado a todos, yo no tengo nada que ver, y después él en cierto momento se encama con Josephine Baker, él, que quede claro, no yo". En este punto la cara de Eco se dilata en una sonrisa que le devuelve el amigo que estaba con él, que acaba de terminar un cuento que le parecía divertido. De hecho Eco se había reído."
Antonio D´Orrico, La Nación, 27.06.04
Umberto Eco lançou o seu livro novo. Uma espécie de autobiografia projectada à mistura com um catálogo de referências gráficas. Ou pelo menos isso parece. Promete.
"Aquella noche en el bar, pensando en sus cosas y en el desgraciado de Asor Rosa que le había ganado de mano, sin escuchar lo que le decía el amigo que lo acompañaba, Eco resolvió su problema. Ya no escribiría una autobiografía, escribiría la historia de un hombre que pierde la memoria y después la reconstruye. Mirando fijo al amigo que charlaba, Eco pensaba: "De ese modo ya no se trata de una autobiografía, tomo distancia, no me involucro, porque al protagonista le daré obviamente todos mis recuerdos, pero después no soy yo, es uno cualquiera, un don nadie, no ha escrito una línea en toda su vida, no se interesa en la política, tuvo un trauma en la niñez que yo nunca tuve, tuvo un amor en el secundario pero eso nos ha pasado a todos, yo no tengo nada que ver, y después él en cierto momento se encama con Josephine Baker, él, que quede claro, no yo". En este punto la cara de Eco se dilata en una sonrisa que le devuelve el amigo que estaba con él, que acaba de terminar un cuento que le parecía divertido. De hecho Eco se había reído."
Antonio D´Orrico, La Nación, 27.06.04
Umberto Eco lançou o seu livro novo. Uma espécie de autobiografia projectada à mistura com um catálogo de referências gráficas. Ou pelo menos isso parece. Promete.
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A propósito dum post do Bruno Sena Martins sobre as turtuosas relações entre a sociedade portuguesa e os seus membros que são homosexuais.
Barcelona e os barcelonins têm muitos defeitos, mas há qualidades que são muito, muitíssimo louváveis.
Amanhã, se eu vestir um fato amarelo às bolas e sair pela rua, poderei ter alguns olhares divertidos, alguns acenos de aprovação ou a natural reacção, entre a indiferença ou o "tudo bem", do comum dos habitantes. Basicamente, porque aqui a vontade de cada um, não sei se por razões históricas ou se a dimensão cosmopolita da cidade levou a tal, conta. E muito. Sem deixar de apontar méritos aos meus pais que me ensinaram a liberdade e o seu valor, Barcelona ensinou-me mais umas coisas. Depois de ler o post do Bruno, dei comigo a pensar que não me lembro da última vez que fiquei "chocado", por alguma demonstração de afecto, de um casal gay ou lésbico. Lembrei-me também, de ter tido como companheiro de muitas e boas horas, um bom amigo, que é gay e nunca esse "facto" me parecer "estranho" ou sequer relevante; de os casais de gays ou lésbicas serem convidados normais, de qualquer jantar ou festa e isso nunca ser "anormal"; de as pessoas poderem demonstrar, de todas as formas, os seus afectos a quem elas acham que os merece; de esses afectos não serem estranhos aos meus olhos; de simplesmente, a escolha de quem se gosta não ser um fardo ou um drama. Barcelona ensinou-me tudo isso, sem eu quase notar, tranquilamente e como tinha de ser. Ao fim destes anos, apercebi-me disso. Ainda bem. Se calhar, o post do Bruno não era sobre a sociedade portuguesa e os homosexuais. Se calhar, era mesmo só sobre a dignidade e a liberdade de cada um de nós. Obrigado.
A propósito dum post do Bruno Sena Martins sobre as turtuosas relações entre a sociedade portuguesa e os seus membros que são homosexuais.
Barcelona e os barcelonins têm muitos defeitos, mas há qualidades que são muito, muitíssimo louváveis.
Amanhã, se eu vestir um fato amarelo às bolas e sair pela rua, poderei ter alguns olhares divertidos, alguns acenos de aprovação ou a natural reacção, entre a indiferença ou o "tudo bem", do comum dos habitantes. Basicamente, porque aqui a vontade de cada um, não sei se por razões históricas ou se a dimensão cosmopolita da cidade levou a tal, conta. E muito. Sem deixar de apontar méritos aos meus pais que me ensinaram a liberdade e o seu valor, Barcelona ensinou-me mais umas coisas. Depois de ler o post do Bruno, dei comigo a pensar que não me lembro da última vez que fiquei "chocado", por alguma demonstração de afecto, de um casal gay ou lésbico. Lembrei-me também, de ter tido como companheiro de muitas e boas horas, um bom amigo, que é gay e nunca esse "facto" me parecer "estranho" ou sequer relevante; de os casais de gays ou lésbicas serem convidados normais, de qualquer jantar ou festa e isso nunca ser "anormal"; de as pessoas poderem demonstrar, de todas as formas, os seus afectos a quem elas acham que os merece; de esses afectos não serem estranhos aos meus olhos; de simplesmente, a escolha de quem se gosta não ser um fardo ou um drama. Barcelona ensinou-me tudo isso, sem eu quase notar, tranquilamente e como tinha de ser. Ao fim destes anos, apercebi-me disso. Ainda bem. Se calhar, o post do Bruno não era sobre a sociedade portuguesa e os homosexuais. Se calhar, era mesmo só sobre a dignidade e a liberdade de cada um de nós. Obrigado.
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Fui, a convite de um amigo, visitar o Forum. O espaço, que já tinha conhecido durante as obras, está mais simpático e a pouca gente no recinto, permitiu uma visita tranquila. Entre desníveis, escadarias e pontes, pude dar uns passeios agradáveis. As exposições, de uma forma geral, têm interesse, apesar de não ser capaz de destacar uma em particular. Acabei num dos palcos a ver um excelente concerto dos Blackalicious. Com o Mar ao lado, o Sol a desaparecer e um ambiente fantástico. No fim pude ver, ainda, o espectáculo de encerramento (ao nível das exposições, se bem que os homens a nadarem até às cadeiras que saíam da água, criaram um efeito para lá do interessante) e a Grécia a mandar os primos do Astérix para casa. Nada mau.
Fui, a convite de um amigo, visitar o Forum. O espaço, que já tinha conhecido durante as obras, está mais simpático e a pouca gente no recinto, permitiu uma visita tranquila. Entre desníveis, escadarias e pontes, pude dar uns passeios agradáveis. As exposições, de uma forma geral, têm interesse, apesar de não ser capaz de destacar uma em particular. Acabei num dos palcos a ver um excelente concerto dos Blackalicious. Com o Mar ao lado, o Sol a desaparecer e um ambiente fantástico. No fim pude ver, ainda, o espectáculo de encerramento (ao nível das exposições, se bem que os homens a nadarem até às cadeiras que saíam da água, criaram um efeito para lá do interessante) e a Grécia a mandar os primos do Astérix para casa. Nada mau.
sexta-feira, junho 25, 2004
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Só mais uma coisa.
Agora, já nenhum inglês me vai dizer, que não sabe quem é o Postiga. Que golo! Que penalty! Que nível.
Só mais uma coisa.
Agora, já nenhum inglês me vai dizer, que não sabe quem é o Postiga. Que golo! Que penalty! Que nível.
quarta-feira, junho 23, 2004
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Solstício II. Desculpem o detalhe, mas deste lado da península, vi o Sol ir embora, já depois das dez da noite. Soube bem.
Solstício II. Desculpem o detalhe, mas deste lado da península, vi o Sol ir embora, já depois das dez da noite. Soube bem.
terça-feira, junho 22, 2004
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Fiz planos para duas viagens, nos próximos tempos e depois não consegui coordenar a vida, para as fazer. Bolas, ou tenho mais trabalho ou ando mesmo, a perder qualidades.
Fiz planos para duas viagens, nos próximos tempos e depois não consegui coordenar a vida, para as fazer. Bolas, ou tenho mais trabalho ou ando mesmo, a perder qualidades.
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Parabéns atrasados, ao meu caro Dark, pelo segundo aniversário, ainda por cima no Bloomsday. Well done.
Parabéns atrasados, ao meu caro Dark, pelo segundo aniversário, ainda por cima no Bloomsday. Well done.
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"The other person who helped me was Nelson Mandela. He told me he forgave his oppressors because if he didn't they would have destroyed him. He said: 'You know, they already took everything. They took the best years of my life, I didn't get to see my children grow up. They destroyed my marriage. They abused me physically and mentally. They could take everything except my mind and heart. Those things I would have to give away and I decided not to give them away.'
"And then he said: 'Neither should you.' And he said when he was finally set free he felt all that anger welling up again and he said, 'They've already had me for 27 years ... I had to let it go'. You do this not for other people but for yourself. If you don't let go it continues to eat at you."
Bill Clinton, THE GUARDIAN, 21.06.04
"The other person who helped me was Nelson Mandela. He told me he forgave his oppressors because if he didn't they would have destroyed him. He said: 'You know, they already took everything. They took the best years of my life, I didn't get to see my children grow up. They destroyed my marriage. They abused me physically and mentally. They could take everything except my mind and heart. Those things I would have to give away and I decided not to give them away.'
"And then he said: 'Neither should you.' And he said when he was finally set free he felt all that anger welling up again and he said, 'They've already had me for 27 years ... I had to let it go'. You do this not for other people but for yourself. If you don't let go it continues to eat at you."
Bill Clinton, THE GUARDIAN, 21.06.04
segunda-feira, junho 21, 2004
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"Los portugueses han hecho bien sus deberes. En los últimos treinta años han aprobado todas las asignaturas pendientes, seguramente con mejor nota que sus vecinos españoles. Se desembarazaron antes de su dictadura; se adaptaron con rapidez desde su integración en 1986 al nuevo escenario europeo; imprimieron un impresionante salto a su economía desde el atraso productivo a la modernización tecnológica, social y cultural; se incorporaron a la unión monetaria con menores dificultades... Y sin embargo, parte de su clase dirigiente atraviessa, al menos desde el cambio de siglo, un período de introspección y desorientación."
Xavier Vidal-Folch, EL PAÍS, 21.06.04
Como um catalão, a trabalhar em Madrid, me deixa assim, a pensar. Ainda bem que é catalão, se fosse espanhol mesmo, a vitória já sabia a menos.
"Los portugueses han hecho bien sus deberes. En los últimos treinta años han aprobado todas las asignaturas pendientes, seguramente con mejor nota que sus vecinos españoles. Se desembarazaron antes de su dictadura; se adaptaron con rapidez desde su integración en 1986 al nuevo escenario europeo; imprimieron un impresionante salto a su economía desde el atraso productivo a la modernización tecnológica, social y cultural; se incorporaron a la unión monetaria con menores dificultades... Y sin embargo, parte de su clase dirigiente atraviessa, al menos desde el cambio de siglo, un período de introspección y desorientación."
Xavier Vidal-Folch, EL PAÍS, 21.06.04
Como um catalão, a trabalhar em Madrid, me deixa assim, a pensar. Ainda bem que é catalão, se fosse espanhol mesmo, a vitória já sabia a menos.
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"Por um olhar dos teus olhos dera da vida a metade, por um riso dera a vida, por um beijo a eternidade"
Sim.
"Por um olhar dos teus olhos dera da vida a metade, por um riso dera a vida, por um beijo a eternidade"
Sim.
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Sim, correu bem e esgotou tudo. Mas não é a mesma coisa, nem pelo programa, nem pelo sítio, nem pela gente, nem pela atitude. O Sonar está mais para Benidorm que para Formentera.
Sim, correu bem e esgotou tudo. Mas não é a mesma coisa, nem pelo programa, nem pelo sítio, nem pela gente, nem pela atitude. O Sonar está mais para Benidorm que para Formentera.
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Já está. Deu gosto, sofreu-se mas deu gosto. E por estas bandas, são todos catalães outra vez. Com a devida vénia ao meu amigo Joan Carles, que como "culé" convicto, nunca simpatizou com Espanha e me enviou um felicitador "Obrigado" via sms. De res, foi um prazer.
Já está. Deu gosto, sofreu-se mas deu gosto. E por estas bandas, são todos catalães outra vez. Com a devida vénia ao meu amigo Joan Carles, que como "culé" convicto, nunca simpatizou com Espanha e me enviou um felicitador "Obrigado" via sms. De res, foi um prazer.
domingo, junho 20, 2004
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É hoje. Com garra, com génio, com os pés, com as mãos ou como soubermos! É hoje que temos de dar tudo o que temos e o resto, e passar adiante. E não é por Aljubarrota, nem pelos bancos que já foram, nem pela fruta a saber a água, nem pelas cheias do Douro, nem pelos Filipes e os Vasconcelos, nem pelo Corte Inglês ou a Zara. É porque, hoje, quero vibrar, gritar golos e olés, porque estou farto de fados e de desculpas, porque não aguento mais o porreirismo de uns e a pose de intocáveis de outros, porque isto é futebol, é Portugal, estou em Espanha e temos que ganhar! Vamos!
É hoje. Com garra, com génio, com os pés, com as mãos ou como soubermos! É hoje que temos de dar tudo o que temos e o resto, e passar adiante. E não é por Aljubarrota, nem pelos bancos que já foram, nem pela fruta a saber a água, nem pelas cheias do Douro, nem pelos Filipes e os Vasconcelos, nem pelo Corte Inglês ou a Zara. É porque, hoje, quero vibrar, gritar golos e olés, porque estou farto de fados e de desculpas, porque não aguento mais o porreirismo de uns e a pose de intocáveis de outros, porque isto é futebol, é Portugal, estou em Espanha e temos que ganhar! Vamos!
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Enquanto se discute a constitucionalidade da "Lei de discriminação positiva" (que permitiria às mulheres, vítimas de maus tratos, verem os seus agressores ser julgados de forma mais expedita), as coisas vão mudando ou, pelo menos, a esperança é maior e o medo mais fácil de controlar. Sexta-feira, na fila do banco, ouvia a conversa da senhora atrás de mim. Enquanto, junto com o filho pré-adolescente, esperava pela sua vez, comentava pelo telefone: "…sim, estou bem, o juíz deu-lhe mais seis meses, para juntar à pena. Agora já é um ano." e "…ontem ainda tentou, mas hoje saiu a ordem de de 500 metros de distância, (…) agora já não pode…" . Quando saí, olhei para a senhora, a sua pose tranquila, sem vergonha, e o seu ar absolutamente comum e corrente, deixaram-me algo desconcertado.
Não sabia quem eram, o que faziam ou como viviam. Sabia que morria uma, cada cinco dias, vítima do companheiro, do pai, do marido ou do irmão. Agora já sei que têm cara, filhos, conta no banco e vontade de seguir para a frente com a sua vida. Agora já sei. Nunca a dignidade, me tinha sido ensinada assim.
Enquanto se discute a constitucionalidade da "Lei de discriminação positiva" (que permitiria às mulheres, vítimas de maus tratos, verem os seus agressores ser julgados de forma mais expedita), as coisas vão mudando ou, pelo menos, a esperança é maior e o medo mais fácil de controlar. Sexta-feira, na fila do banco, ouvia a conversa da senhora atrás de mim. Enquanto, junto com o filho pré-adolescente, esperava pela sua vez, comentava pelo telefone: "…sim, estou bem, o juíz deu-lhe mais seis meses, para juntar à pena. Agora já é um ano." e "…ontem ainda tentou, mas hoje saiu a ordem de de 500 metros de distância, (…) agora já não pode…" . Quando saí, olhei para a senhora, a sua pose tranquila, sem vergonha, e o seu ar absolutamente comum e corrente, deixaram-me algo desconcertado.
Não sabia quem eram, o que faziam ou como viviam. Sabia que morria uma, cada cinco dias, vítima do companheiro, do pai, do marido ou do irmão. Agora já sei que têm cara, filhos, conta no banco e vontade de seguir para a frente com a sua vida. Agora já sei. Nunca a dignidade, me tinha sido ensinada assim.
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O vento de levante anda a brincar com o tempo. Ontem, a tarde arrefeceu, a noite foi amena, a madrugada rebentou numa tempestade de Verão e o nascer de Sol foi com todas as cores certas, a reflectir na enconsta de Montjuic. A dançar, claro. É o que Verão chega, cada vez melhor.
O vento de levante anda a brincar com o tempo. Ontem, a tarde arrefeceu, a noite foi amena, a madrugada rebentou numa tempestade de Verão e o nascer de Sol foi com todas as cores certas, a reflectir na enconsta de Montjuic. A dançar, claro. É o que Verão chega, cada vez melhor.
quinta-feira, junho 17, 2004
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A Xocoa lançou um novo sabor… tiramisú. Mascarpone e café…depos dum jogo do Euro, neste fim de dia fantástico.
A Xocoa lançou um novo sabor… tiramisú. Mascarpone e café…depos dum jogo do Euro, neste fim de dia fantástico.
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Depois do privado, o elogio público (para os mais desavisados).
Parabéns Aviz, pelo bom aniversário.
Depois do privado, o elogio público (para os mais desavisados).
Parabéns Aviz, pelo bom aniversário.
segunda-feira, junho 14, 2004
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E ainda isto.
"…e a luz, a luz do Douro nos fins da tarde de Outono, entre a languidez do fim do Verão e azáfama, plena de dignidade, das vindimas."
E ainda isto.
"…e a luz, a luz do Douro nos fins da tarde de Outono, entre a languidez do fim do Verão e azáfama, plena de dignidade, das vindimas."
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Recupero umas coisas escritas há algum tempo. Só porque sim
"Gosto de muita comida, seja Fracesinha no Porto, seja mariscos ou peixe em Matosinhos ou no Algarve, seja migas no Alentejo, seja arroz negro em Barcelona, carne na espada nas Pampas ou sopa de lima e cogumelos em Bangkok... gosto de comer e de comer com os amigos. Gosto de vinho... muito. E de doces... com ovos!
Gosto do Verão e do Sol e de andar de chinelos ou descalço; gosto do mar e do seu cheiro; gosto nas noites quentes e das estrelas; gosto do cheiro a terra quente; gosto da imensidão do deserto e também da neve; gosto de barcos à vela; gosto da luz do fim do dia na praia e no Porto; gosto de estradas grandes e desertas; gosto mais do caminho do que, às vezes, do destino; gosto de ler ao fim da tarde e à noite, até de manhã; gosto de ver futebol e de ganhar; gosto de mergulhar em Leça, depois de sair do avião e dos rituais de sempre quando volto ao Porto; gosto de sotaques; gosto de fazer rir e de gente que me faça rir..."
Recupero umas coisas escritas há algum tempo. Só porque sim
"Gosto de muita comida, seja Fracesinha no Porto, seja mariscos ou peixe em Matosinhos ou no Algarve, seja migas no Alentejo, seja arroz negro em Barcelona, carne na espada nas Pampas ou sopa de lima e cogumelos em Bangkok... gosto de comer e de comer com os amigos. Gosto de vinho... muito. E de doces... com ovos!
Gosto do Verão e do Sol e de andar de chinelos ou descalço; gosto do mar e do seu cheiro; gosto nas noites quentes e das estrelas; gosto do cheiro a terra quente; gosto da imensidão do deserto e também da neve; gosto de barcos à vela; gosto da luz do fim do dia na praia e no Porto; gosto de estradas grandes e desertas; gosto mais do caminho do que, às vezes, do destino; gosto de ler ao fim da tarde e à noite, até de manhã; gosto de ver futebol e de ganhar; gosto de mergulhar em Leça, depois de sair do avião e dos rituais de sempre quando volto ao Porto; gosto de sotaques; gosto de fazer rir e de gente que me faça rir..."
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Por uns dias em Portugal.
Entre amigos, casamentos, festivais de música, uma ida ao estádio e as eleições, fiquei com a sensação de que vi mais que um país. Se calhar vi mesmo, apesar da bandeira.
Por uns dias em Portugal.
Entre amigos, casamentos, festivais de música, uma ida ao estádio e as eleições, fiquei com a sensação de que vi mais que um país. Se calhar vi mesmo, apesar da bandeira.
quarta-feira, junho 09, 2004
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Vénus passou em trânsito.
Depois das noites quentes, de Lua cheia, também de dia, o céu ficou mais bonito. E o Verão mais perto.
Vénus passou em trânsito.
Depois das noites quentes, de Lua cheia, também de dia, o céu ficou mais bonito. E o Verão mais perto.
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Quando viajo, gosto de fazer o que me apetece (como, para o bem e para o mal, em quase tudo o que me proponho). Seja ir ao mercado local, numa pequena cidade do Laos, onde, as barreiras e dificuldades, vão mais além das da língua. Seja entrar, num "ocidentalizado" e moderno cyber-café em Bangkok. Irritam-me, em partes iguais, quem advoga, por um lado, que só e deve fazer o que é local, de forma a "sentirmos a verdadeira essência do lugar", e quem, por outro, não faz um esforço mínimo, para entender os detalhes mais básicos e às vezes, mais bonitos, dos sítios por onde passa.
Assim, falo de um lugar que não é bem nem uma coisa nem outra, das que acima comentei. Um lugar que descobri por acaso, onde passei uns bons momentos, numa cidade que é apaixonante. O Foreign Correspondence Club, em Phnom Penh, no Cambodja. Fica num edifício colonial, de três pisos, na marginal da cidade, mesmo em frente à confluência dos rios Tonle Sap ("grande lago" em kmher) e Mekong (o 12º mais longo do mundo, que nasce do Tibete, atravessa a China, a Tailândia, a Birmânia, o Laos e o Cambodja, acabando por desaguar no mar em forma de delta, a sul de Saigão, no Vietname.). Dos seus três pisos, o intermédio é um enorme "lounge" com amplas janelas sobre a marginal, janelas estas que não têm vidros, somente portadas, como manda o clima local e que se fecham quando o bar encerra. No último piso tem um terraço, no qual recomendo, a quem lá vá, que aproveite para tomar a sua bebida preferida, mais que uma vez.
Há algum tempo, estive lá, com um bom amigo de Belfast. Entre algumas cervejas e uma óptima conversa, conhecemos uma menina americana, de Nova Iorque, que falava português, vivia na Guatemala e que estava a passar "um tempo" no Cambodja. Para além da conversa, indicou-nos os lugares mais infames para se conhecer, na noite de Phnom Penh. Mas isso só descobrimos depois. Foi bom e essa noite, nesse lugar com as suas janelas imensas, são uma excelente recordação. E estes, digo eu, são os momentos mais preciosos, de quando se viaja.
Quando viajo, gosto de fazer o que me apetece (como, para o bem e para o mal, em quase tudo o que me proponho). Seja ir ao mercado local, numa pequena cidade do Laos, onde, as barreiras e dificuldades, vão mais além das da língua. Seja entrar, num "ocidentalizado" e moderno cyber-café em Bangkok. Irritam-me, em partes iguais, quem advoga, por um lado, que só e deve fazer o que é local, de forma a "sentirmos a verdadeira essência do lugar", e quem, por outro, não faz um esforço mínimo, para entender os detalhes mais básicos e às vezes, mais bonitos, dos sítios por onde passa.
Assim, falo de um lugar que não é bem nem uma coisa nem outra, das que acima comentei. Um lugar que descobri por acaso, onde passei uns bons momentos, numa cidade que é apaixonante. O Foreign Correspondence Club, em Phnom Penh, no Cambodja. Fica num edifício colonial, de três pisos, na marginal da cidade, mesmo em frente à confluência dos rios Tonle Sap ("grande lago" em kmher) e Mekong (o 12º mais longo do mundo, que nasce do Tibete, atravessa a China, a Tailândia, a Birmânia, o Laos e o Cambodja, acabando por desaguar no mar em forma de delta, a sul de Saigão, no Vietname.). Dos seus três pisos, o intermédio é um enorme "lounge" com amplas janelas sobre a marginal, janelas estas que não têm vidros, somente portadas, como manda o clima local e que se fecham quando o bar encerra. No último piso tem um terraço, no qual recomendo, a quem lá vá, que aproveite para tomar a sua bebida preferida, mais que uma vez.
Há algum tempo, estive lá, com um bom amigo de Belfast. Entre algumas cervejas e uma óptima conversa, conhecemos uma menina americana, de Nova Iorque, que falava português, vivia na Guatemala e que estava a passar "um tempo" no Cambodja. Para além da conversa, indicou-nos os lugares mais infames para se conhecer, na noite de Phnom Penh. Mas isso só descobrimos depois. Foi bom e essa noite, nesse lugar com as suas janelas imensas, são uma excelente recordação. E estes, digo eu, são os momentos mais preciosos, de quando se viaja.
quarta-feira, junho 02, 2004
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Mais um dia entre o Mediterrâneo e o Atlântico. Namoro muito o primeiro, mas o segundo, é um amor de Verão que nunca acabou.
Mais um dia entre o Mediterrâneo e o Atlântico. Namoro muito o primeiro, mas o segundo, é um amor de Verão que nunca acabou.
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Começou Junho, mês do Verão e começaram, também, os dias de calor e humidade. O calor já por cá andava, a humidade chegou hoje. Agora, vai ser isto, até Setembro. Ainda bem.
Começou Junho, mês do Verão e começaram, também, os dias de calor e humidade. O calor já por cá andava, a humidade chegou hoje. Agora, vai ser isto, até Setembro. Ainda bem.