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A propósito dum post do Bruno Sena Martins sobre as turtuosas relações entre a sociedade portuguesa e os seus membros que são homosexuais.
Barcelona e os barcelonins têm muitos defeitos, mas há qualidades que são muito, muitíssimo louváveis.
Amanhã, se eu vestir um fato amarelo às bolas e sair pela rua, poderei ter alguns olhares divertidos, alguns acenos de aprovação ou a natural reacção, entre a indiferença ou o "tudo bem", do comum dos habitantes. Basicamente, porque aqui a vontade de cada um, não sei se por razões históricas ou se a dimensão cosmopolita da cidade levou a tal, conta. E muito. Sem deixar de apontar méritos aos meus pais que me ensinaram a liberdade e o seu valor, Barcelona ensinou-me mais umas coisas. Depois de ler o post do Bruno, dei comigo a pensar que não me lembro da última vez que fiquei "chocado", por alguma demonstração de afecto, de um casal gay ou lésbico. Lembrei-me também, de ter tido como companheiro de muitas e boas horas, um bom amigo, que é gay e nunca esse "facto" me parecer "estranho" ou sequer relevante; de os casais de gays ou lésbicas serem convidados normais, de qualquer jantar ou festa e isso nunca ser "anormal"; de as pessoas poderem demonstrar, de todas as formas, os seus afectos a quem elas acham que os merece; de esses afectos não serem estranhos aos meus olhos; de simplesmente, a escolha de quem se gosta não ser um fardo ou um drama. Barcelona ensinou-me tudo isso, sem eu quase notar, tranquilamente e como tinha de ser. Ao fim destes anos, apercebi-me disso. Ainda bem. Se calhar, o post do Bruno não era sobre a sociedade portuguesa e os homosexuais. Se calhar, era mesmo só sobre a dignidade e a liberdade de cada um de nós. Obrigado.
A propósito dum post do Bruno Sena Martins sobre as turtuosas relações entre a sociedade portuguesa e os seus membros que são homosexuais.
Barcelona e os barcelonins têm muitos defeitos, mas há qualidades que são muito, muitíssimo louváveis.
Amanhã, se eu vestir um fato amarelo às bolas e sair pela rua, poderei ter alguns olhares divertidos, alguns acenos de aprovação ou a natural reacção, entre a indiferença ou o "tudo bem", do comum dos habitantes. Basicamente, porque aqui a vontade de cada um, não sei se por razões históricas ou se a dimensão cosmopolita da cidade levou a tal, conta. E muito. Sem deixar de apontar méritos aos meus pais que me ensinaram a liberdade e o seu valor, Barcelona ensinou-me mais umas coisas. Depois de ler o post do Bruno, dei comigo a pensar que não me lembro da última vez que fiquei "chocado", por alguma demonstração de afecto, de um casal gay ou lésbico. Lembrei-me também, de ter tido como companheiro de muitas e boas horas, um bom amigo, que é gay e nunca esse "facto" me parecer "estranho" ou sequer relevante; de os casais de gays ou lésbicas serem convidados normais, de qualquer jantar ou festa e isso nunca ser "anormal"; de as pessoas poderem demonstrar, de todas as formas, os seus afectos a quem elas acham que os merece; de esses afectos não serem estranhos aos meus olhos; de simplesmente, a escolha de quem se gosta não ser um fardo ou um drama. Barcelona ensinou-me tudo isso, sem eu quase notar, tranquilamente e como tinha de ser. Ao fim destes anos, apercebi-me disso. Ainda bem. Se calhar, o post do Bruno não era sobre a sociedade portuguesa e os homosexuais. Se calhar, era mesmo só sobre a dignidade e a liberdade de cada um de nós. Obrigado.
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