segunda-feira, outubro 10, 2005



Há pouco tem escrevi isto:

"O Porto precisa de ideias e de coragem para mudar muitas coisas. Precisa de coragem que não se confunda com caprichos e quezílias. Precisa de procurar e encontrar uma dimensão plural e integradora.
A vitória do actual presidente é provável. A cidade continuará, municipalmente falando, paroquial. Social e culturalmente continuará, cada vez mais dormente e dividida.
Aposto, ainda, que o prédio "monstruoso", ao lado do parque da cidade, em menos de um ano já estará com as fundações à vista.
Mas a cidade tem o que merece. Não existe consciência de cidadania nem espírito crítico informado. As pessoas não querem saber. Vistos de fora o tipo de cartazes  - vide Túnel de Ceuta (colocado pela autarquia) ou mesmo os panfletos do Dragão
(sejam eles da responsabilidade do PS ou não) - são uma amostra do básico e demagogo que se tornou, a discussão política, nesta campanha.
O Porto está estagnado há muito. A cidade está morta no centro (60% dos imóveis estão desocupados ou a cair). Ninguém lhe vai pegar nos próximos tempo (e sim, sei o que a SRU vai fazendo). Porque não sabem como, porque não a entendem... porque para essas pessoas, é improvável alguém querer viver no centro da cidade.
Por que muitas das sedes das empresas mudaram de Lisboa (com razões de mercado ou não), porque desde Francisco Sá Carneiro (circa 1980) que o Porto não tem um primeiro ministro. Porque os voos directos foram desviados, nos últimos 5
anos e com a desculpa das obras, para o aeroporto da portela (o tal que, agora, não tem capacidade). Porque a cultura do novo-rico de audi se tornou a imagem do sucesso.
Porque se está a perder um sentimento de orgulho, entreajuda e de cordialiadade, que sempre foi a cara desta cidade.
Porque se gastam 100 milhões numa moderna da casa da música, onde o responsável da música alternativa, não sabia quem era o Seu Jorge (foram uns "funcionários" que lhe mostraram... o disco!). Mostraram ao homem, aquilo que ele é pago
para o conhecer, antes dos outros!
Estamos cada vez mais azeiteiros, acríticos, egoístas e desencantados. Estamos e ficaremos. Embrulhados neste complexo de não querer saber. De pensar 30 segundos nas coisas e depois mudar de canal ou ir às compras. De revoluções em mesas de café e a sacudir a água do capote.
Esta cidade que amo desmesuradamente, está doente, e sem cura à vista.
Se alguém tiver força e ideias que diga e faça. Eu nunca estarei muito longe."

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A CIDADE ESTÀ DOENTE, (perdão pelo acento). Ó invicta, para onde vais? Estou triste, pela minha cidade.

6:06 da manhã  

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