sexta-feira, março 30, 2007



Chile I.

Punta Arenas é um lugar bonito para se entrar no Chile. Uma espécie de Patagónia mais arrumada. Gosto do porto, de estar na Región de Magallanes y de la Antártica Chilena e da memória de um livro de Luis Sepúlveda, não me lembro qual, sobre barcos e asado de tira. O voo para Puerto Montt (uma espécie de autocarro de luxo com asas que começa em Ushuaia e acaba em Santiago) teve um presente inesperado: de um lado o pôr-do-Sol no Pacífico e no outro o eclipse lunar. Puerto Montt faz-me lembrar Seattle, mais austral e muito mais pobre. É o ponto de sáida para a região, que é belíssisma. Sigo para Puerto Varas, casa e paragem para visitar um amigo. Entre a igreja principal, a arquitectura, os nomes e o clube alemão, a influência dos imigrantes é omnipresente. Estrada e subida ao Vulcão Osorno, nevado, com o lago Llanquihue de um lado e o lago Todos los Santos do outro. As águas azul eléctrico dos Saltos de Petrohue, a chuva, o Sol e a chuva outra vez. Ver o Pacífico todos os dias; comer salmão, humitas e ensinar a cozinhar. Partir para Chiloé, território chilote e ilha das igrejas de madeira e das bonecas de lã. Perceber outro Chile, entre palafitos, salmoneras, cidades todas em madeira e sorrisos. Voltar a terra, celebrar inaugurações, partidas, mais cozinhados, cinemas para escapar à chuva e dizer adeus ao Sul.




Argentina II.

O voo de Buenos Aires para Ushuaia demora quase 4 horas. O dobro que para Santiago do Chile e seis vezes mais que para Montevideo. Concordo com a demora. Se se vai para o fim do mundo, a coisa não pode demorar pouco. A chegada é monumental: sobre o canal de Beagle, com o fim da cordilheira ao fundo e a baía da cidade mais austral do mundo, no horizonte. Estão menos 22 graus que em Buenos Aires, cheira a mar, a lenha e o ar é frio e sabe bem. Os fueguinos são amáveis e passado duas horas estou em cima de um glaciar. Ao terceiro nevão -no fim do mundo até no mar neva- , ainda não descobri como fazer uma mochila, para um país onde tenho amplitudes térmicas de 45 graus. depois, tudo se resolve: seco as sapatilhas na salamandra do Museo Marítimo, antiga prisão de curiosas personagens, do anarquista russo Simón Radowitzky a um tal Charles Gardelle; preparo um mate e depois outro e remato a manhã com cordeiro patagónico. Noites curtas com o Cruzeiro do Sul, acho eu, por perto. Estrada, neve, a
Estância Harberton, fundada pelo missionário, vindo das Falklands, Thomas Bridges, autor do primeiro dicionário Inglês-Yamana. O seu bisneto, Thomas Goodall continua a tradição da família. Tal como o seu bisavô, fala quase só inglês. Ele, e a sua mulher americana Rae que abriu, nos terrenos da estância, o Museo Acatushún de Aves y Mamíferos Marinos Australes. Há 30 anos Bruce Chatwin andaria por aqui. Anos antes, as suas personagens teriam, se bem me lembro, andado.
Mais estrada e floresta; os lagos e os cumes nevados; canoas; caminhos; conversas; asado; raviolis de abóbora e cerveja artesanal Beagle; amigos novos, risos e sopa de santolla; Last Minute Antártida a 3500USD; o estreito de Drake; um companheiro de quarto, polaco e biólogo, a fazer tempo em Ushuaia, de regresso a casa depois de quatro meses na Antártida; o pequeno almoço de mate cozido e pão italiano com um jornal chamado El Diario del fin del Mundo; o quebra-gelos
Irízar; a pele queimada ao Sol e ao frio da Provincia de Tierra del Fuego, Antártida e Islas del Atlántico Sur; pesos, euros e bilhetes de avião; nomes, horários, telefones preciosos, doce de calafate e mais mate; despedidas e um taxista que antes de me deixar no aeroporto, pergunta: "de que parte de la República sos?". Mítico.





Argentina I.

O Aeroparque de Buenos Aires deveria que ser o aeroporto de chegada, obrigatório, da cidade. No bairro de Belgrano e com o Rio de la Plata à frente, fica a 10 minutos de qualquer esplanada e respectiva quilmes, fernet ou qualquer outro refresco. Depois, taxistas ou tacheros descontrolados, boleias, desvios na panamericana, empanadas, asado, um malbec do trapiche e um casamento, numa incrível estância que durou até de manhã. Domingo de Verão, asado, pileta, ressaca curada, mais panericana, atardecer na capital, pizza, quilmes, hummus, keppe crudo, tabule, falafel, borek, varenikes, knishes de batata, de verduras e de carne. Passeios por Villa Crespo, parque centenário, lojas judias, arménias, o chinês que diz glacias e o carniceiro da esquina que te vende os cortes impossíveis até às nove da noite.
C. A. Banfield a ganhar na Libertadores, com golo do guarda-redes incluído; chuva, humidade, tempestades, livros novos, papéis soltos, horários, jet lag e mais voos.



Uruguay.

Chegar a Montevideo com 28 graus, às 9 da manhã, é de um bom gosto insuperável. É a capital com mais parques, árvores, campos e verde em geral que me lembro. E tem mar, praia e um sol de fim de Verão incrível. Ah, sim… o upgrade para business plus, do senhores da Iberia, também ajudou.


Este blog fez hoje (ou ontem porque estamos em horário espanhol) 3 anos.
Obrigado, muito obrigado a todos.

PS: Há um ano conhecia, cortesia do meu estimado chefe, o Grande Capitão. Ah claro, embalado pelos cânticos sentidos da minha queridíssima Rita.

sexta-feira, março 23, 2007



Home. Porto, that is.
Já trato de contar como foi, de emprestar livros, oferecer alfajores e cozinhar coisas novas, para ter desculpa para abrir os vinhos.

segunda-feira, março 19, 2007

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Pê de Pai. Feliz dia, hoje e todos!

Nuno

sábado, março 17, 2007

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S. Patrick em Buenos Aires. Esto va a ser bueno ché!

quarta-feira, março 14, 2007

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Em Buenos Aires. Hoje vou ao dentista.

domingo, março 11, 2007

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Madrid, 11-M. Foi há 3 anos.

quarta-feira, março 07, 2007

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Punta Arenas, Puerto Montt, Puerto Varas e Chiloé. Sim, no Chile.