sexta-feira, julho 30, 2004

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Mais uma recuperação para o Verão. Nestas deambulações pós-aniversário. E já com vistos, viagens e vacinas resolvidas.

Escrito em 1997, por Mary Schmich, na sua coluna no Chicago Tribune. Juntar música do realizador australiano Baz Luhrmann.


Everybody's Free to Wear Sunscreen

Ladies and Gentlemen of the class of ’99
If I could offer you only one tip for the future, sunscreen would be it. The long term benefits of sunscreen have been proved by scientists whereas the rest of my advice has no basis more reliable than my own meandering experience…I will dispense this advice now.

Enjoy the power and beauty of your youth; oh nevermind; you will not understand the power and beauty of your youth until they have faded.
But trust me, in 20 years you’ll look back at photos of yourself and recall in a way you can’t grasp now how much possibility lay before you and how fabulous you really looked….You’re not as fat as you imagine.

Don’t worry about the future; or worry, but know that worrying is as effective as trying to solve an algebra equation by chewing bubblegum. The real troubles in your life are apt to be things that never crossed your worried mind; the kind that blindside you at 4pm on some idle Tuesday.

Do one thing everyday that scares you

Sing

Don’t be reckless with other people’s hearts, don’t put up with people who are reckless with yours.

Floss

Don’t waste your time on jealousy; sometimes you’re ahead, sometimes you’re behind…the race is long, and in the end, it’s only with yourself.

Remember the compliments you receive, forget the insults; if you succeed in doing this, tell me how.

Keep your old love letters, throw away your old bank statements.

Stretch

Don’t feel guilty if you don’t know what you want to do with your life…the most interesting people I know didn’t know at 22 what they wanted to do with their lives, some of the most interesting 40 year olds I know still don’t.

Get plenty of calcium.

Be kind to your knees, you’ll miss them when they’re gone.

Maybe you’ll marry, maybe you won’t, maybe you’ll have children,maybe you won’t, maybe you’ll divorce at 40, maybe you’ll dance the funky chicken on your 75th wedding anniversary…what ever you do, don’t congratulate yourself too much or berate yourself either – your choices are half chance, so are everybody else’s. Enjoy your body, use it every way you can…don’t be afraid of it, or what other people think of it, it’s the greatest instrument you’ll ever own..

Dance…even if you have nowhere to do it but in your own living room.

Read the directions, even if you don’t follow them.

Do NOT read beauty magazines, they will only make you feel ugly.

Get to know your parents, you never know when they’ll be gone for good.

Be nice to your siblings; they are the best link to your past and the people most likely to stick with you in the future.

Understand that friends come and go,but for the precious few you should hold on. Work hard to bridge the gaps in geography and lifestyle because the older you get, the more you need the people you knew when you were young.

Live in New York City once, but leave before it makes you hard; live in Northern California once, but leave before it makes you soft.

Travel.

Accept certain inalienable truths, prices will rise, politicians will philander, you too will get old, and when you do you’ll fantasize that when you were young prices were reasonable, politicians were noble and children respected their elders.

Respect your elders.

Don’t expect anyone else to support you. Maybe you have a trust fund, maybe you have a wealthy spouse; but you never know when either one might run out.

Don’t mess too much with your hair, or by the time you're 40, it will look 85.

Be careful whose advice you buy, but, be patient with those who supply it. Advice is a form of nostalgia, dispensing it is a way of fishing the past from the disposal, wiping it off, painting over the ugly parts and recycling it for more than it’s worth.

But trust me on the sunscreen…

quinta-feira, julho 29, 2004

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Há 29 anos, a minha mãe estava linda, radiante e muito redonda. Há 29 anos, o meu pai, entre barcos, avionetas, aviões e comboios, cruzou de Timor para Bali, adormeceu em Singapura, passou no Uzebequistão, fez directa em Copenhaga, chegou a Lisboa e apanhou o foguete para o Porto. Esperou-se 6 dias para que chegasse. Depois, já todos juntos, pela hora do almoço, nasceu o Nuno.

quarta-feira, julho 28, 2004

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Há 24 anos, a minha irmã estragou-nos as férias em Caminha e fez-nos vir, a correr, para a Maternidade. Há 24 anos, a minha irmã lembrou-se de nascer na véspera dos meus anos e estragar-me a festa.
Há 24 anos que tudo isto vale a pena.
Parabéns princesinha e continua a brilhar.
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"Los hermanos sean unidos,
Porque esa es la ley primera,
Tengan unión verdadera
En cualquier tiempo que sea
Porque si entre ellos pelean
los devoran los de ajuera"
"MARTIN FIERRO", José Hernández 1834-1886.

É, provavelmente, o livro mais vendido e conhecido de sempre na Argentina. Escrito em verso, dividido em duas partes, a primeira com 13 cantos e a segunda com 33, por José Hernández, político, poeta, militar e jornalista. Relata o quotidiano do gaúcho nas pampas, as dificuldades, as misérias, os prazeres e, mais que qualquer coisa, a dignidade desse mesmo gaúcho. O autor, sendo uma personagem multifacetada e de um vigor e percurso de vida assinaláveis, nunca viveu na Pampa, nunca passou pelas experiências que narra nem nunca conviveu com os pouco sociáveis gaúchos da época. Seja como fôr, o mais interessante disto tudo, é o facto do imaginário argentino da figura do gaúcho vir, em grande parte, das descrições do Martin Fierro.

terça-feira, julho 27, 2004

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Há uns meses no EP[S], suplemento dominical do jornal El País, li uma entrevista do Comandante das forças de paz da ONU no Ruanda, durante as limpezas étnicas de 1994. O senhor, canadiano, fala de horrores inimagináveis, da complacência das Nações Unidas, dos seus carros com ar condicionado, dos cocktails intermináveis, seja em Kigali ou em Genebra, das missões de paz S.A. ou da inutilidade do seu comando no terreno. Foi há dez anos. A semana passada descobri um guia Lonely Planet sobre a África Oriental. O Ruanda é agora um lugar turístico como outro qualquer destino para mochileiros.
Portanto só há que esperar e daqui a meia dúzia de anos, vamos todos, de mochila, para o Sudão.
Vergonha, imensa vergonha.

segunda-feira, julho 26, 2004

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Hoje foi o dia das avós. Fui ver uma que tem quase 91 anos e a outra de 78, está em Moledo, de telemóvel desligado, pelo que deixei mensagem.
As minhas avós são gente boa. Daquela gente mesmo boa e inteligente que não tem que envelhecer para ficar no ponto. As minhas avós sabem como e quando perguntar pelas namoradas, pelo trabalho ou pela escola. Sabem falar e ouvir e sabem devolver a resposta reguila do neto, ainda com mais piada. Sabem que houve momentos em que só elas nos podiam curar a ferida ou a fome. Que só elas souberam fazer aquela limonada e aquele bolo de chocolate. Que só elas podem sorrir-nos assim.

sexta-feira, julho 23, 2004

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"As pessoas gostam de me ouvir tocar guitarra, a coisa agrada-lhes e eles aderem. Não há mais nada"
Carlos Paredes, 1925-2004

A mais de dez anos que não tinha voz, pela doença que não o deixava tocar. Ainda assim, as pessoas aderiam. Este Homem era imenso.

quinta-feira, julho 22, 2004

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Domingo na Copa América, a final vai ser Brasil-Argentina. Um clássico.
Há quase 3 anos pude testemunhar, em Buenos Aires, as reacções, ao vivo e a cores, desta rivalidade. Um must da sociologia da bola. A Argentina parte com vantagem pois, ainda assim, o Bielsa irrita menos que o Zagallo... ah sim e o Parreira.

terça-feira, julho 20, 2004

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Mais uma pérola, revalorizada pela viagem virtual, de ida e volta, a Madrid.

ÍTACA

Se possível que Ítaca dure para sempre
que a espera não se extinga nunca

Será possível também que
Ulisses não regresse jamais
que a noite encontre Penélope
finalmente adormecida
sobre o tempo não desfiado.

Sophia de Mello Breyner Andersen

segunda-feira, julho 19, 2004

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Sábado casou-se um grande amigo. A sobremesa, no Forte de S. Bruno, em Caxias, fez-se de viagens, regressos, conversas, reencontros, uns bem escolhidos Beldinas e um incrível Pôr-do-Sol. Foi uma enorme alegria e um prazer.
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Gostei muito do "La Reina del Sur" de Arturo Pérez-Reverte. Mais de 500 páginas a partir de um corrido mexicano (canção do Norte do México) de 3 minutos. Um óptimo contador de estórias, este senhor, para além de ter sido dos poucos bem vestidos (muito bem até!) da última boda real.
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Bruce Chatwin escreve, no seu "Songlines" que o Homem é, por natureza, nómada. Explica isso com o facto dos bébés se acalmarem e pararem de chorar, quando estão em movimento. Eu não choro, mas custa-me. Custa-me bastante parar. A isto voltarei.
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O regresso, a este lado da península, fez-se por terra e com um grande amigo. A paragem em Vila Viçosa, fez-se com bacalhau no forno, porco preto na brasa, tinto de borba e um corona dominicano. E a calma, a calma das noites de Verão do Alentejo. Como tudo deveria ser. Mítico.
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No Carrer Moncada (a mesma do museu Picasso), em Barcelona, existe um espaço, sem nome, que vale a pena conhecer. Entra-se pelo lado oposto ao Museu, em direcção ao Passeig del Born, por um portão de madeira enorme. É um antigo palácio, cuja cave serve de expositor a centenas de antiguidades (quadros, móveis, etc...), onde se pode beber um bom brandy, conversar e até mesmo, conforme os dias da semana, ouvir ópera ao vivo. A descobrir.
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Três dias depois de sair de Barcelona, acontece Isto nas traseiras de minha casa. Eles são bons, ilustram, pintam, desenham e fazem disso vida. Eles embebedam-se e saem "à caça" de objectos, durante a noite. No dia seguinte, juntam-se no lugar marcado e reinventam a "caçada", alinhando-a como uma exposição improvisadade. De repente, dizem ao público que se detém a olhar para "...agarrar o que gostar e levar para casa." .
Para mais fotos aqui. Cortesia do flatmate do ano.


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"I never liked to raise my voice."
Paul Bowles

Há algum tempo escreveram-me "... sob o este céu que nos protege, contigo em qualquer lugar..." e por aí em diante. Só agora li o livro. E sim, gostei. Chama-se "The Sheltering Sky", a minha edição é da Penguin e a imagem da capa é de Marrocos, do incrível Albert Watson.
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Hoje o meu Pai faz a bonita idade de 57 anos. Parabéns Pai e obrigado por nunca me deixares nenhuma pergunta sem resposta, por seres molhe, porto e farol desta tempestade.
 
 

terça-feira, julho 13, 2004



A cidade despediu-me com três noites de tempestade. Das de chuva pesada, trovões e muita humidade. Aqui diziam-me que chorava porque eu partia. Foi bonito.


Hoje é o dia da despedida desta cidade. Foram uns cinco anos fastásticos. Aqui acabarei sempre por voltar, agora ainda mais at large. E ao blog também. Até breve.

segunda-feira, julho 05, 2004

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Há muito que deixei aquela praia
De grandes areais e grandes vagas
Mas sou eu ainda quem na brisa respira
E é por mim que espera cintilando a maré vasa

Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto do mar
De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua.

Sophia de Mello Breyner Andresen, 1919-2004

sexta-feira, julho 02, 2004



"I guess I strike you as the unrefined type.” 

Marlon Brando, 1924-2004.

quinta-feira, julho 01, 2004



O melhor jogo que fizemos na competição. Ainda assim, temos que sofrer até ao fim. E o golo, aquele golo do Maniche. Incrível.


"If these high-profile visits can mobilize more aid for Darfur, we might at least minimize the mortality rate. It's too late to prevent it."
DR. GREG ELDER, head of mission for Doctors Without Borders-France, on the visits to Sudan by Secretary of State Colin L. Powell and Secretary General Kofi Annan of the United Nations. NEW YORK TIMES. 01.07.04